No Brasil, esperam-se 6.650 casos novos de câncer de ovário, para o triênio 2020-2022, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). Ele é o oitavo câncer mais incidente entre as mulheres no mundo.
Aqui reunimos os principais mitos e verdades sobre o câncer de ovário para esclarecer as suas dúvidas sobre a doença.
O teste de Papanicolau não detecta câncer de ovário.
Verdade. Atualmente, não há teste de triagem para câncer de ovário. O exame de Papanicolau detecta alterações pré-cancerígenas nas células do colo do útero, que são tratadas com muito mais êxito do que no câncer de ovário.
Apenas algumas mulheres podem desenvolver câncer de ovário.
Mito. Todas as mulheres podem desenvolver câncer de ovário, porém algumas tem maior risco que outras principalmente aquelas com história familiar de câncer de mama e/ou ovário. O câncer de ovário é diagnosticado anualmente em mais de 230.000 mulheres em todo o mundo. É importante conhecer os sintomas, os fatores de risco e o histórico familiar.
Cisto no ovário é câncer
Mito: Um cisto no ovário não significa câncer, mas nesse caso, a mulher precisa de avaliação médica para a indicação do melhor tratamento
O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento
Verdade. Quando o câncer de ovário é detectado em estágio inicial, as chances de sucesso no tratamento podem ser de até 90%.
Sangramento vaginal na pós-menopausa é um dos sintomas do câncer de ovário
Verdade. O sangramento vaginal na pós-menopausa é um dos possíveis sintomas de câncer de ovário. Por isso, nesse caso, deve-se procurar avaliação médica.
Gravidez e o uso da pílula anticoncepcional diminuem o risco de câncer de ovário
Verdade. Pesquisas associam que o uso do anticoncepcional por mais de 5 anos diminui o risco de câncer de ovário. Mas, a indicação sempre deve ser feita por um médico, com a avaliação de cada caso. A gravidez também é um fator que reduz o risco. Quanto maior o número de filhos, menor a probabilidade de desenvolver câncer de ovário.
O câncer de ovário é frequentemente diagnosticado em estágio inicial.
Mito. Na maioria das vezes, o câncer de ovário é diagnosticado em estágios avançados. Os sintomas do câncer de ovário muitas vezes se confundem com o de outras doenças, por isso, é importante ao notar alguma alteração, procurar avaliação médica. Dentre os possíveis sintomas estão:
· Desconforto abdominal ou dor (gases, indigestão, pressão, inchaço, cãibras)
· Inchaço ou sensação de plenitude, mesmo após refeição
· Náusea, diarreia, constipação ou micção frequente
· Perda ou ganho de peso inexplicável
· Perda de apetite
· Sangramento vaginal anormal
· Fadiga incomum
· Dor nas costas
· Dor durante a relação sexual
· Alterações menstruais
A maioria dos casos de câncer de ovário tem como fator de risco a hereditariedade
Mito. O histórico familiar e a hereditariedade representam cerca de 25% dos casos de câncer de ovário, resultantes de alterações herdadas (mutações) em certos genes. Entre as síndromes hereditárias associadas a risco de câncer de ovário estão: Síndrome Hereditária de Câncer de Mama ou de Câncer de Mama e Câncer de Ovário hereditários – BRCA 1 e 2; Hamartoma-PTEN ou Doença de Cowden; Câncer Colorretal Hereditário Não Polipóide; Síndrome de Peutz-Jeghers; e Polipose Associada ao MUTYH.
Se houver histórico familiar de câncer de ovário ou mama, sugere-se avaliação do oncogeneticista. Atualmente as novas recomendações internacionais sugerem a realização de painel genético para as pacientes com tumores epiteliais de ovário e a pesquisa da mutação nos genes BRCA 1 e BRCA2 é fundamental, pois esta informação é importante para a paciente com intuito de tratamento, prevenção de outros tumores relacionados, cirurgias redutoras de risco e, ainda, para a família com o intuito de orientação genética familiar.