A técnica robótica é atualmente o que há de mais moderno e seguro no campo da cirurgia e só tende a crescer e a evoluir ainda mais.
Apesar da cirurgia robótica já ser realizada no Brasil há mais de 10 anos, existem muitas dúvidas sobre o tema. As pessoas ainda não se sentem confortáveis com a ideia de serem operadas por um robô. Realmente, em um primeiro momento, pode soar meio estranho, mas a técnica robótica é atualmente o que há de mais moderno e seguro no campo da cirurgia e só tende a crescer e a evoluir ainda mais.
As principais dúvidas que surgem sobre o tema são: Como funciona, é mesmo o robô que faz a cirurgia? O procedimento é seguro? A cirurgia robótica é melhor que a cirurgia convencional? Quais benefícios ela traz? Em que situações pode ser realizada? Qualquer médico pode fazer uma cirurgia robótica?
Aqui, Dr. Gustavo Guimarães, nosso cirurgião uro-oncologista e professor especialista na técnica robótica, relacionou os 5 fatos que todos precisam saber sobre a Cirurgia Robótica. Confira
1 - A cirurgia robótica cresce de forma exponencial
O sistema robótico foi aprovado para funcionamento pelo FDA no ano 2000. No Brasil ele chegou em 2008. De 2017 para 2018 a cirurgia robótica cresceu mundialmente 15%, com um total de mais de 1 milhão de procedimentos realizados e mais de 5 mil equipamentos instalados. Já no Brasil, nesses mais de 10 anos, foram realizadas mais de 10 mil cirurgias e atualmente são cerca de 63 robôs instalados ou em processo de instalação.
A urologia é a especialidade que mais utiliza a cirurgia robótica. Hoje em dia, nos EUA, onde os robôs cirúrgicos são amplamente disponíveis, mais de 90% das cirurgias para o tratamento do câncer de próstata são realizadas utilizando a técnica robótica. Aqui no Brasil também ocorre o mesmo cenário. Em 2018 foram cerca de 5 mil cirurgias robóticas urológicas, um crescimento de 44% se comparado a 2017.
2 - O robô NÃO realiza a cirurgia sozinho, é o cirurgião quem controla tudo
O robô é apenas um equipamento que é manuseado pelo cirurgião, ou seja, todos os movimentos do robô são guiados pelo médico, não há nenhuma ação que o próprio robô faça sozinho. O cirurgião realiza todos os movimentos por meio de um console de comando, ao lado da mesa cirúrgica, como se fosse um “joysticks” de videogame que movimenta os braços mecânicos do robô, reproduzindo os movimentos da mão do médico.
As pinças que estão acopladas nos braços do robô são introduzidas por pequenas incisões no corpo do paciente, podendo realizar movimentos 360 graus e acessar regiões estreitas e angulosas. São movimentos estáveis e de alta precisão, difíceis de serem realizados diretamente com a mão humana. O médico acompanha todo o procedimento em um monitor 3D, que mostra as imagens ampliadas e em alta definição. Além disso, um segundo cirurgião fica ao lado do paciente monitorando todos o procedimento junto com a equipe multidisciplinar.
3 - O procedimento é extremamente seguro
A cirurgia robótica é um procedimento muito seguro. Somente cirurgiões certificados, com treinamento específico, estão habilitados a realizar a técnica. Proctors é o nome dado aos médicos responsáveis por treinar e acompanhar os primeiros procedimentos robóticos dos cirurgiões.
Além disso, durante o procedimento, caso o cirurgião tenha alguma intercorrência, o robô aciona um dispositivo de segurança que trava instantaneamente o equipamento, evitando qualquer dano ao paciente. E se o médico retirar o rosto da tela de controle, o robô também trava automaticamente. Outro ponto importante é que os movimentos dos braços mecânicos do robô são mais delicados e estáveis e eliminam qualquer possibilidade de tremor.
4 - A maioria das especialidades já podem usufruir da técnica robótica.
A Urologia foi a especialidade que primeiro comprovou a utilidade da tecnologia. Atualmente, ela já é utilizada além da urologia na ginecologia, oncologia, cirurgia torácica, cirurgia geral, do aparelho digestivo, bariátrica, pediátrica, de cabeça e pescoço e cardíaca.
5 - A cirurgia robótica traz mais benefícios que a cirurgia convencional
O sistema robótico tem demonstrado maior eficiência quando comparado aos métodos tradicionais, como: incisões menores, menor tempo de cirurgia, menor tempo de internação, menos dor e desconforto no pós-operatório, menos risco de infecções, diminuição da perda de sangue e hemorragias durante a cirurgia, retorno mais rápido às atividades do dia a dia